domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tema: Paletó

Nem se eu fosse um idiota completo, eu poderia deixar de pensar isso. Dizem que ignorancia é uma benção não é? Eu queria ignorar completamente tudo que diz respeito ao lado de lá: os sentimentos, as vontades, os planos, os medos. E me tornaria um sujeito daqueles que ficam no sofá em um domingo eterno, assistindo futebol, esperando o Faustão, a segunda e o próximo domingo. E tudo seria fácil, assim como o amor seria só casamento, o sexo só um desejo esporádico, a cerveja só uma rota de fuga, os filhos só uma despesa... e tudo seria fácil mesmo.
Mas não; o que quero é bem intenso, bem fora de moda, bem inadequado a um homem adulto. Não acho que seja demais isso que eu peço, mas concordo que talvez eu esteja sendo injusto e exigindo da maneira errada.
A sensação quando se abraça uma pessoa amada, é a de que o mundo inteiro lá fora é frio demais, e nada se compara a esse calor: ao calor dos braços, que se transforma no calor do lar dessa pessoa, da cama dessa pessoa. E tudo é confortável nessa reciprocidade.
Mas tudo é frio na ausencia dessa reciprocidade. E a solidão à dois dói mais do que a solidão pura- essa nos ensina e aquela nos engana. E se sentir enganado sem poder sê-lo, é um incomodo enorme. Frio é algo que só faz sentido sentir sozinho.
Portanto, é melhor que eu não esqueça o paletó ao sair.


Túlio Magno

Um comentário:

Anônimo disse...

os de macau ficaram simplesmente GENIAIS! xD

e esse do paletó, ficou previsível =P

mas a previsibilidade também é uma forma de desfecho de texto! ;] continue escrevendo Túlio... teus textos tão massa! xD